O Capital Humano no processo de Robotização

Há tempos defendo a ideia de que a robotização vai, em parte, substituir o trabalho humano, mas vai substituí-lo no trabalho repetitivo e na maioria das vezes “incômodo”, mesmo que esse incômodo ainda nem tenha se revelado. 

Muitos de nós se recorda, do processo de robotização das grandes (e nem tão grandes assim) montadoras de veículos, que há mais de duas décadas já conseguiram produzir veículos com a mínima intervenção humana. E essa intervenção está cada vez menor. 

Essa automação começou não só para trazer mais agilidade e eficiência, mas para trazer mais qualidade de vida para àquele clássico “operador de máquina”, reduzindo inclusive o número de doenças físicas relacionadas ao trabalho.  

E anos-luz depois, esse processo de automação foi migrando para as outras áreas, até chegar à área jurídica, nos tribunais inclusive, mas principalmente na advocacia de volume (ou contencioso de massa), para a elaboração de petições, protocolos, alimentação de sistemas, e muito mais. 

Mesmo assim, o número de advogados, bacharéis em direito e de áreas afins não para de crescer, ou seja, a concorrência também.

E aí, mas o que fazer com essa mão de obra toda, ora, a máquina a vapor também não substituiu o ser humano, na advocacia não vai ser diferente, sempre há o que explorar, criar, transformar. 

“Se você não quer ser substituído por um robô, seja um humano”

(Martha Gabriel)

Por esta razão, é muito importante que a equipe esteja envolvida em todo o processo de automação, desde o início do projeto, a parametrização do seu software jurídico, a configuração do exportador, o que será automatizado primeiro, “exija” com que ela se engaje neste plano e venda a ideia (e a realidade) de que a equipe terá mais qualidade de vida, rapidez e assertividade no seu trabalho repetitivo. 

Não se esqueça, o ser humano, ao contrário dos robôs (ao menos por enquanto), tem emoções, sentimentos, preocupações e é normal que num primeiro momento tenha uma certa resistência ao novo. Seja cauteloso, empático, paciente, ao mesmo tempo firme neste propósito. Nem todo mundo reage da mesma forma, as doenças emocionais relacionadas ao trabalho estão aí para provar isso. 

A automação tira o executor da tarefa da sua zona de conforto, o faz pensar fora da caixa, a repensar toda a rotina monótona de sua atividade. 

Transforme esse desafio em motivação para que a sua equipe se especialize, e fique mais disponível para as demandas mais estratégicas e pensantes do escritório. 

Não há o que temer, as atividades serão transformadas, outras demandas surgirão e novas potencialidades serão reveladas neste momento, observe e siga em frente. 

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