Sabemos que os robôs já estão em vários lugares. Mas como é o dia a dia de quem trabalha com um?
Neste artigo, vamos conferir duas histórias de robôs que já estão atuando em fábricas, estabelecimentos comerciais e escritórios de advocacia, e saber como eles mudam de fato o dia a dia dos seus “colegas” de trabalho.
Também vamos saber quais são as tarefas jurídicas mais delegadas a robôs advogados no mundo jurídico.
Acompanhe a leitura!
Automação robótica e IA: realidades que exigem um olhar jurídico desde já
Assim como o processo eletrônico, big data, computação em nuvem (cloud computing) e o blockhain, não há como discutir os rumos da interferência digital no trabalho jurídico sem falar de robôs e inteligência artificial (IA).
Pensar novos futuros para a advocacia é também reconhecer que todas estas tecnologias já vinham impactando a vida dos advogados antes mesmo de serem incorporadas ao seu trabalho.
Toda mudança social ou cultural é sentida no Direito: todas as situações têm implicações jurídicas, seja no que diz respeito à regulação, ou aos problemas que causam, demandando soluções jurídicas (sejam judiciais ou extrajudiciais)
Assim, quando imaginamos robôs no ambiente de trabalho, do ponto de vista jurídico, inevitavelmente pensamos em questões como responsabilidade civil, Propriedade Intelectual, tributação e até mesmo questões de ordem trabalhista.
Muitas dessas questões ainda não têm resposta, mas assim como todos os processos sociais, exigem um olhar especial e uma resposta jurídica.
Enquanto isto, também é fato que empresas e advogados têm pivotado e experimentado com os robôs.
Para advogados, ter um robô no ambiente de trabalho é uma forma de ver na prática as implicações jurídicas que eles podem trazer – e para quaisquer profissionais, é uma forma de incrementar, agilizar e baratear seus processos internos.
EVA, o robô londrino que limpa o chão e atua em linhas de produção
A startup britânica Automata, especializada em robótica, criou EVA, um braço robótico que pode ser programado para praticar uma série de tarefas.
O EVA tem sido usado para realizar pequenos serviços de limpeza e agilizar etapas de processos industriais de produção.
Ele é controlado por um software interno e pode ser colocado em uma mesa, ou no chão.
Então, apesar de desempenhar tarefas que são comumente associadas à necessidade de um corpo humano manipulando objetos, a presença do robô no ambiente de trabalho é tão natural quanto a de qualquer outra máquina a que já estamos acostumados a ver.
A lógica é simples: o robô é pré-programado de acordo com a necessidade da empresa e então basta posicioná-lo no lugar certo e colocá-lo para trabalhar.
Como os robôs advogados trabalham
No item anterior, você leu sobre o EVA, um exemplo de automação robótica de processos (Robotic Process Automation, ou RPA) que já está no mercado e tem sido usado nos mais diversificados ramos da indústria e dos serviços.
Mas como seria ter um robô em um escritório de advocacia?
Em fábricas e empresas de tecnologia, é mais natural imaginar um robô entre humanos. Será que no ambiente jurídico, conhecido por ser mais formal e até mesmo conservador, isto também funcionaria?
Na verdade, a atuação dos robôs advogados atualmente também é tão natural quanto em qualquer outro contexto.
Eles não substituem os advogados no atendimento ao cliente, nas reuniões, não fazem audiências e não despacham nos Fóruns.
Dentro de um escritório de advocacia ou outros ambientes institucionais no contexto do Direito, os robôs advogados desempenham rotinas administrativas repetitivas, retirando dos profissionais a carga de tarefas repetitivas e permitindo que eles se concentrem apenas na tarefa de ordem intelectual.
ROSS, o primeiro robô advogado
Até mesmo escritórios de advocacia centenários como o americano Baker & Hosteler, que existe desde 1916, adotam o ROSS, um robô-plataforma que pesquisa e coleta dados sobre leis e decisões judiciais.
Notáveis atuações do ROSS podem ser citadas na área de falências, em que ele trabalha juntamente a cerca de 50 advogados do Baker & Hosteler, e na análise e revisão de contratos, sobretudo para atender às demandas que surgiram durante a pandemia do coronavírus.
Dessa forma, o ROSS poupa tempo dos advogados do departamento, entregando-lhes relatórios bem abastecidos que os auxiliam na tomada de decisões no caso de cada cliente.
Como a RPA pode melhorar o fluxo de trabalho na advocacia
As tarefas da RPA jurídica podem ser:
• protocolos eletrônicos de petições e documentos;
• controle de intimações;
• abertura e controle de prazos processuais;
• consultas processuais;
• controle de agendas de audiências e reuniões;
• geração de guias de pagamento;
• cópias integrais de documentos e processos;
• cadastro em lote de andamento nos sistemas de gestão;
• busca e seleção de jurisprudências e leis;
• envio de e-mails personalizados;
• revisão de contratos e petições;
• alimentação do sistema de cadastro de clientes do escritório;
• controle financeiro;
• relatórios financeiros e de produtividade;
• entre outras.
Como a RPA pode ser customizada, as possibilidades de atuação de um robô advogado são as mais variadas.
Dessa forma, a incorporação do robô como “colega de trabalho” pode ser uma ferramenta estratégica de redução de custos e otimização de processos internos, tornando-se uma vantagem competitiva para os escritórios.